Tem dias que podem entrar para a História. Tem dias, mais raros, em que não temos dúvidas de são históricos. Hoje é um deles.
São muitas as razões para ter certeza disso, mas não repetirei o que a imprensa anuncia a cada novo programa televisivo, de rádio ou edição de jornal. Quero simplesmente dizer que não tenho dúvida da importância histórica desse dia pelo fato de tudo isso está acontecendo nos Estados Unidos da Améria: um país que criou e alimenta instituições e estruturas sociais extremamente excludentes provou que realmente, lá, tudo parece possível!
Sinto que hoje pode ser considerado o Dia do Sonho, da utopia possível, ainda que inimaginável... em pleno século XXI.
Muito mais que Baracks ou Obamas assume a presidência o impossível, o improvável, o inesperado. Inesperado no sentido pleno da palavra: os Estados Unidos da América não esperavam com as portas da Casa Branca abertas um negrinho com cara de carioca, de paulista, de dançarino cubano, de habitante dos subúrbios de Paris e, quem sabe até, de africano com endereço tribal e tudo.
Lá está, hoje, na Casa Branca, Mama África, preta como os homens que levantaram aquelas paredes pelo lado de fora, a abençoar, sabe-se lá em que culto, seu neto postiço, como cada um de nós.
Mama África, que pariu o mundo, abençoai-nos na sua língua incompreensível e use sua magia para recriar este planeta, que um pode ter nascido no seu quintal.
Seu menino, esse negrinho dos sonhos de Monteiro Lobato e outro malucos artistas, utópicos e sonhadores, poderia ser eu, você ou uma brincadeira atrevida dos contos de fada. E é isso que ele é, o Inesperado!
Acho que, realmente, tudo parece possível neste canto do planeta. Pela primeira vez tive vontade pisar esse solo e ver o que há do lado de lá do Equador. Graças a você, Mama África, que pariu o Inesperado e que, com suas cores tribais, coloriu a Casa Branca.
Luiz Miguel Martins Garcia
E-mail: prof_luizmiguel@yahoo.com.br
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